Neste semestre as roças dos Ikpeng do Pavuru, no Parque Indígena do Xingu (MT), não produziram o suficiente para alimentar sua população de cerca de 400 pessoas, deixando-a em uma situação inesperada de falta de alimentos, especialmente aqueles mais importantes para sua dieta cotidiana: a mandioca brava e o polvilho, equivalentes ao nosso arroz com feijão.
A Associação Indígena Moygu Comunidade Ikpeng (AIMCI) está realizando uma campanha relâmpago para adquirir alimentos. A meta da campanha é arrecadar 4 mil reais até o dia 15 de março para comprar esses produtos e transportá-los até o Pavuru, completando a dieta básica de seus habitantes nos meses de fevereiro, março, abril e maio.
Entre 2009 e 2010, homens e mulheres ikpeng do Pavuru dedicaram boa parte de seu tempo à construção de sua nova aldeia. Esta não é uma tarefa fácil e requer ações articuladas e um intenso trabalho para construir todas as casas e abrir a área que será a praça central.
Dessa vez, os Ikpeng tiveram que se deslocar mais do que o normal para encontrar os materiais para a construção das casas, já que estes estão cada vez mais escassos. Além disso, passaram por dois períodos de luto, que implicaram a paralisação de todas as atividades em decorrência de uma sequência de rituais funerários.
Este contexto de intensas atividades fez com que os Ikpeng não dimensionassem direito o tamanho de suas roças e por isso elas não estão sendo suficientes para alimentar toda a população. As roças deveriam estar produtivas entre novembro e dezembro de 2010 para que a colheita e a estocagem do polvilho fossem feitas e assim garantissem o alimento no tempo das chuvas (novembro a abril). Por isso enfrentam hoje dificuldades para alimentar toda a população.
Disponível:
http://www.expressomt.com.br/noticia.asp?cod=121700&codDep=3
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