sexta-feira, 18 de novembro de 2011

GENOCÍDIO, MASSACRE, HOLOCAUSTO... NÃO IMPORTA O NOME: ESTÃO MATANDO NOSSOS INDÍGENAS!!!

Comunidade Kaiowá Guarani sofre massacre na manhã desta sexta-feira (18)

Inserido por: Administrador em 18/11/2011.
Fonte da notícia: Cimi - Assessoria de Imprensa
Renato Santana
De Brasília

No início da manhã desta sexta-feira (18), por volta das 6h30, a comunidade Kaiowá Guarani do acampamento Tekoha Guaviry, município de Amambaí, Mato Grosso do Sul, sofreu ataque de 42 pistoleiros fortemente armados.

O massacre teve como alvo o cacique Nísio Gomes, 59 anos, (centro da foto) executado com tiros de calibre 12. Depois de morto, o corpo do indígena foi levado pelos pistoleiros – prática vista em outros massacres cometidos contra os Kaiowá Guarani no MS.  

As informações são preliminares e transmitidas por integrantes da comunidade – em estado de choque. Devido ao nervosismo, não se sabe se além de Nísio outros indígenas foram mortos. Os relatos dão conta de que os pistoleiros sequestraram mais dois jovens e uma criança; por outro lado, apontam também para o assassinato de uma mulher e uma criança.  

“Estavam todos de máscaras, com jaquetas escuras. Chegaram ao acampamento e pediram para todos irem para o chão. Portavam armas calibre 12”, disse um indígena da comunidade que presenciou o ataque e terá sua identidade preservada por motivos de segurança.

Conforme relato do indígena, o cacique foi executado com tiros na cabeça, no peito, nos braços e nas pernas. “Chegaram para matar nosso cacique”, afirmou. O filho de Nísio tentou impedir o assassinato do pai, segundo o indígena, e se atirou sobre um dos pistoleiros. Bateram no rapaz, mas ele não desistiu. Só o pararam com um tiro de borracha no peito.

Na frente do filho, executaram o pai. Cerca de dez indígenas permaneceram no acampamento. O restante fugiu para o mato e só se sabe de um rapaz ferido pelos tiros de borracha – disparados contra quem resistiu e contra quem estava atirado ao chão por ordem dos pistoleiros. Este não é o primeiro ataque sofrido pela comunidade, composta por cerca de 60 Kaiowá Guarani.  

Decisão é de permanecer

Desde o dia 1º deste mês os indígenas ocupam um pedaço de terra entre as fazendas Chimarrão, Querência Nativa e Ouro Verde – instaladas em Território Indígena de ocupação tradicional dos Kaiowá.

A ação dos pistoleiros foi respaldada por cerca de uma dezena de caminhonetes – marcas Hilux e S-10 nas cores preta, vermelha e verde. Na caçamba de uma delas o corpo do cacique Nísio foi levado, bem como os outros sequestrados, estejam mortos ou vivos.

“O povo continua no acampamento, nós vamos morrer tudo aqui mesmo. Não vamos sair do nosso tekoha”, afirmou o indígena. Ele disse ainda que a comunidade deseja enterrar o cacique na terra pela qual a liderança lutou a vida inteira. “Ele está morto. Não é possível que tenha sobrevivido com tiros na cabeça e por todo o corpo”, lamentou.

A comunidade vivia na beira de uma Rodovia Estadual antes da ocupação do pedaço de terra no tekoha Kaiowá. O acampamento atacado fica na estrada entre os municípios de Amambaí e Ponta Porã, perto da fronteira entre Brasil e Paraguai.  

sábado, 22 de outubro de 2011

domingo, 21 de agosto de 2011

ENCONTRO COM O ESCRITOR DANIEL MUNDURUKU EM GRAVATÁ/PE

Do site da Prefeitura de Gravatá


Gravatá vive dia de cultura indígena com o escritor Daniel Munduruku




O escritor, graduado em filosofia e psicologia, doutor em educação pela USP e autor de mais de quarenta livros de literatura indígena infanto juvenil e adulto, Daniel Munduruku promoveu nesta quinta feira (18) um dia de cultura do povo índigena em Gravatá. Centenas de crianças das escolas Nossa Senhora de Lourdes (Salesianas) e outras unidades de ensino puderam conhecer um pouco das tradições do povo Munduruku através da literatura publicada pelo escritor. A vinda e Daniel Munduruku foi intermediada através da professora Sunamita Oliveira, pedagoga e indigenista, defensora fervorosa da causa indígena em Gravatá.

Daniel tem mais de 40 obras escritas em vários gêneros que vão desde o romance até as crônicas. Em seus livros ele aborda quase sempre a temática indígena com foco no combate ao preconceito. “Queremos criar uma raiz consistente no sentido de mudar esse estereótipo preconceituoso contra o índio”, destacou em uma das palestras.

A professora Sunamita Oliveira é uma grande divulgadora das culturas indígenas na cidade e tem lutado fortemente contra a discriminação, sendo inclusive destaque em uma revista de Brasília sobre o trabalho que realiza em Gravatá. “Estamos combatendo o preconceito. Ainda há pouco conhecimento sobre o índio no Brasil e nós nos sentimos realizados em promover momentos como esse”, falou. A visita de Daniel Munduruku segue até esta sexta com encontro com professores do município.

















segunda-feira, 13 de junho de 2011

Carta do Cacique Mutua a todos os povos da Terra

O Sol me acordou dançando no meu rosto. Pela manhã, atravessou a palha da oca e brincou com meus olhos sonolentos. O irmão Vento, mensageiro do Grande Espírito, soprou meu nome, fazendo tremer as folhas das plantas lá fora.

Eu sou Mutua, cacique da aldeia dos Xavantes. Na nossa língua, Xingu quer dizer água boa, água limpa. É o nome do nosso rio sagrado.

Como guiso da serpente, o Vento anunciou perigo. Meu coração pesou como jaca madura, a garganta pediu saliva. Eu ouvi. O Grande Espírito da floresta estava bravo.

Xingu banha toda a floresta com a água da vida. Ele traz alegria e sorriso no rosto dos curumins da aldeia. Xingu traz alimento para nossa tribo.

Mas hoje nosso povo está triste. Xingu recebeu sentença de morte. Os caciques dos homens brancos vão matar nosso rio.

O lamento do Vento diz que logo vem uma tal de usina para nossa terra. O nome dela é Belo Monte. No vilarejo de Altamira, vão construir a barragem. Vão tirar um monte de terra, mais do que fizeram lá longe, no canal do Panamá.

Enquanto inundam a floresta de um lado, prendem a água de outro. Xingu vai correr mais devagar. A floresta vai secar em volta. Os animais vão morrer. Vai diminuir a desova dos peixes. E se sobrar vida, ficará triste como o índio.

Como uma grande serpente prateada, Xingu desliza pelo Pará e Mato Grosso, refrescando toda a floresta. Xingu vai longe desembocar no Rio Amazonas e alimentar outros povos distantes.

Se o rio morre, a gente também morre, os animais, a floresta, a roça, o peixe tudo morre. Aprendi isso com meu pai, o grande cacique Aritana, que me ensinou como fincar o peixe na água, usando a flecha, para servir nosso alimento.

Se Xingu morre, o curumim do futuro dormirá para sempre no passado, levando o canto da sabedoria do nosso povo para o fundo das águas de sangue.

Hoje pela manhã, o Vento me levou para a floresta. O Espírito do Vento é apressado, tem de correr mundo, soprar o saber da alma da Natureza nos ouvidos dos outros pajés. Mas o homem branco está surdo e há muito tempo não ouve mais o Vento.

Eu falei com a Floresta, com o Vento, com o Céu e com o Xingu. Entendo a língua da arara, da onça, do macaco, do tamanduá, da anta e do tatu. O Sol, a Lua e a Terra são sagrados para nós.

Quando um índio nasce, ele se torna parte da Mãe Natureza. Nossos antepassados, muitos que partiram pela mão do homem branco, são sagrados para o meu povo.

É verdade que, depois que homem branco chegou, o homem vermelho nunca mais foi o mesmo. Ele trouxe o espírito da doença, a gripe que matou nosso povo. E o espírito da ganância que roubou nossas árvores e matou nossos bichos. No passado, já fomos milhões. Hoje, somos somente cinco mil índios à beira do Xingu, não sei por quanto tempo.

Na roça, ainda conseguimos plantar a mandioca, que é nosso principal alimento, junto com o peixe. Com ela, a gente faz o beiju. Conta a história que Mandioca nasceu do corpo branco de uma linda indiazinha, enterrada numa oca, por causa das lágrimas de saudades dos seus pais caídas na terra que a guardava.

O Sol me acordou dançando no meu rosto. E o Vento trouxe o clamor do rio que está bravo. Sou corajoso guerreiro, não temo nada.

Caminharei sobre jacarés, enfrentarei o abraço de morte da jiboia e as garras terríveis da suçuarana. Por cima de todas as coisas pularei, se quiserem me segurar. Os espíritos têm sentimentos e não gostam de muito esperar.

Eu aprendi desde pequeno a falar com o Grande Espírito da floresta. Foi num dia de chuva, quando corria sozinho dentro da mata, e senti cócegas nos pés quando pisei as sementes de castanha do chão. O meu arco e flecha seguiam a caça, enquanto eu mesmo era caçado pelas sombras dos seres mágicos da floresta.

O espírito do Gavião Real agora aparece rodopiando com suas grandes asas no céu.

Com um grito agudo perguntou:

Quem foi o primeiro a ferir o corpo de Xingu?

Meu coração apertado como a polpa do pequi não tem coragem de dizer que foi o representante do reino dos homens.

O espírito do Gavião Real diz que se a artéria do Xingu for rompida por causa da barragem, a ira do rio se espalhará por toda a terra como sangue e seu cheiro será o da morte.

O Sol me acordou brincando no meu rosto. O dia se abriu e me perguntou da vida do rio. Se matarem o Xingu, todos veremos o alimento virar areia.
O Sol me acordou dançando no meu rosto. Pela manhã, atravessou a palha da oca e brincou com meus olhos sonolentos. O irmão Vento, mensageiro do Grande Espírito, soprou meu nome, fazendo tremer as folhas das plantas lá fora.

Eu sou Mutua, cacique da aldeia dos Xavantes. Na nossa língua, Xingu quer dizer água boa, água limpa. É o nome do nosso rio sagrado.

Como guiso da serpente, o Vento anunciou perigo. Meu coração pesou como jaca madura, a garganta pediu saliva. Eu ouvi. O Grande Espírito da floresta estava bravo.

Xingu banha toda a floresta com a água da vida. Ele traz alegria e sorriso no rosto dos curumins da aldeia. Xingu traz alimento para nossa tribo.

Mas hoje nosso povo está triste. Xingu recebeu sentença de morte. Os caciques dos homens brancos vão matar nosso rio.

O lamento do Vento diz que logo vem uma tal de usina para nossa terra. O nome dela é Belo Monte. No vilarejo de Altamira, vão construir a barragem. Vão tirar um monte de terra, mais do que fizeram lá longe, no canal do Panamá.

Enquanto inundam a floresta de um lado, prendem a água de outro. Xingu vai correr mais devagar. A floresta vai secar em volta. Os animais vão morrer. Vai diminuir a desova dos peixes. E se sobrar vida, ficará triste como o índio.

Como uma grande serpente prateada, Xingu desliza pelo Pará e Mato Grosso, refrescando toda a floresta. Xingu vai longe desembocar no Rio Amazonas e alimentar outros povos distantes.

Se o rio morre, a gente também morre, os animais, a floresta, a roça, o peixe tudo morre. Aprendi isso com meu pai, o grande cacique Aritana, que me ensinou como fincar o peixe na água, usando a flecha, para servir nosso alimento.

Se Xingu morre, o curumim do futuro dormirá para sempre no passado, levando o canto da sabedoria do nosso povo para o fundo das águas de sangue.

Hoje pela manhã, o Vento me levou para a floresta. O Espírito do Vento é apressado, tem de correr mundo, soprar o saber da alma da Natureza nos ouvidos dos outros pajés. Mas o homem branco está surdo e há muito tempo não ouve mais o Vento.

Eu falei com a Floresta, com o Vento, com o Céu e com o Xingu. Entendo a língua da arara, da onça, do macaco, do tamanduá, da anta e do tatu. O Sol, a Lua e a Terra são sagrados para nós.

Quando um índio nasce, ele se torna parte da Mãe Natureza. Nossos antepassados, muitos que partiram pela mão do homem branco, são sagrados para o meu povo.

É verdade que, depois que homem branco chegou, o homem vermelho nunca mais foi o mesmo. Ele trouxe o espírito da doença, a gripe que matou nosso povo. E o espírito da ganância que roubou nossas árvores e matou nossos bichos. No passado, já fomos milhões. Hoje, somos somente cinco mil índios à beira do Xingu, não sei por quanto tempo.

Na roça, ainda conseguimos plantar a mandioca, que é nosso principal alimento, junto com o peixe. Com ela, a gente faz o beiju. Conta a história que Mandioca nasceu do corpo branco de uma linda indiazinha, enterrada numa oca, por causa das lágrimas de saudades dos seus pais caídas na terra que a guardava.

O Sol me acordou dançando no meu rosto. E o Vento trouxe o clamor do rio que está bravo. Sou corajoso guerreiro, não temo nada.

Caminharei sobre jacarés, enfrentarei o abraço de morte da jiboia e as garras terríveis da suçuarana. Por cima de todas as coisas pularei, se quiserem me segurar. Os espíritos têm sentimentos e não gostam de muito esperar.

Eu aprendi desde pequeno a falar com o Grande Espírito da floresta. Foi num dia de chuva, quando corria sozinho dentro da mata, e senti cócegas nos pés quando pisei as sementes de castanha do chão. O meu arco e flecha seguiam a caça, enquanto eu mesmo era caçado pelas sombras dos seres mágicos da floresta.

O espírito do Gavião Real agora aparece rodopiando com suas grandes asas no céu.

Com um grito agudo perguntou:

Quem foi o primeiro a ferir o corpo de Xingu?

Meu coração apertado como a polpa do pequi não tem coragem de dizer que foi o representante do reino dos homens.

O espírito do Gavião Real diz que se a artéria do Xingu for rompida por causa da barragem, a ira do rio se espalhará por toda a terra como sangue e seu cheiro será o da morte.

O Sol me acordou brincando no meu rosto. O dia se abriu e me perguntou da vida do rio. Se matarem o Xingu, todos veremos o alimento virar areia.

A ave de cabeça majestosa me atraiu para a reunião dos espíritos sagrados na floresta. Pisando as folhas velhas do chão com cuidado, pois a terra está grávida, segui a trilha do rio Xingu. Lembrei que, antes, a gente ia para a cidade e no caminho eu só via árvores.

Agora, o madeireiro e o fazendeiro espremeram o índio perto do rio com o cultivo de pastos para boi e plantações mergulhadas no veneno. A terra está estragada. Depois de matar a nossa floresta, nossos animais, sujar nossos rios e derrubar nossas árvores, querem matar Xingu.

O Sol me acordou brincando no meu rosto. E no caminho do rio passei pela Grande Árvore e uma seiva vermelha deslizava pelo seu nódulo.

Quem arrancou a pele da nossa mãe? gemeu a velha senhora num sentimento profundo de dor.

As palavras faltaram na minha boca. Não tinha como explicar o mal que trarão à terra.

Leve a nossa voz para os quatro cantos do mundo clamou O Vento ligeiro soprará até as conchas dos ouvidos amigos ventilou por último, usando a língua antiga, enquanto as folhas no alto se debatiam.

Nosso povo tentou gritar contra os negócios dos homens. Levamos nossa gente para falar com cacique dos brancos. Nossos caciques do Xingu viajaram preocupados e revoltados para Brasília. Eu estava lá, e vi tudo acontecer.

Os caciques caraíbas se escondem. Não querem olhar direto nos nossos olhos. Eles dizem que nos consultaram, mas ninguém foi ouvido.

O homem branco devia saber que nada cresce se não prestar reverência à vida e à natureza. Tudo que acontecer aqui vai voar com o Vento que não tem fronteiras. Recairá um dia em calor e sofrimento para outros povos distantes do mundo.

O tempo da verdade chegou e existe missão em cada estrela que brilha nas ondas do Rio Xingu. Pronta para desvendar seus mistérios, tanto no mundo dos homens como na natureza.

Eu sou o cacique Mutua e esta é minha palavra! Esta é minha dança! E este é o meu canto!

Porta-voz da nossa tradição, vamos nos fortalecer. Casa de Rezas, vamos nos fortalecer. Bicho-Espírito, vamos nos fortalecer. Maracá, vamos nos fortalecer. Vento, vamos nos fortalecer. Terra, vamos nos fortalecer.

Rio Xingu! Vamos nos fortalecer!
Leve minha mensagem nas suas ondas para todo o mundo: a terra é fonte de toda vida, mas precisa de todos nós para dar vida e fazer tudo crescer.

Quando você avistar um reflexo mais brilhante nas águas de um rio, lago ou mar, é a mensagem de lamento do Xingu clamando por viver.


Cacique Mutua


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segunda-feira, 23 de maio de 2011

XII ASSEMBLEIA XUKURU DO ORORUBÁ

DISCURSO EMOCIONADO DO CACIQUE MARCOS XUKURU AO MENCIONAR A AUSÊNCIA DE SEU IRMÃO, O GORDO, MORTO EM ACIDENTE HÁ QUASE 01 ANO


quinta-feira, 28 de abril de 2011

MOBILIZAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS DO MATO GROSSO DO SUL

Guarani Kaiowá do MS - Imagem: Google


 "Nós Guarani somos um povo muito pacífico, mas não desistimos de lutar pelos nossos direitos, nossas terras, um futuro melhor para nossos filhos e netos..." (Liderança Kaiowá Guarani, acampada).

Apoio a Ypo'i

Hoje inicia mais uma Grande Assembléia Kaiowá Guarani. Mais de 500 lideranças desse povo estão se mobilizando em todo o cone sul do Mato Grosso do Sul. O Conselho da Aty Guasu havia definido a realização dessa Assembléia em Ypo'i, como forma concreta de apoiar a luta desses seus irmãos pelo seu tekohá, terra tradicional. Seria uma maneira de novamente dizer ao Brasil e ao mundo, que a angustia de um pouco mais de uma centena de indígenas, continua: o cadeado continua fechado, o corpo de Rolindo continua desaparecido, o processo e julgamento dos responsáveis pelo assassinato dos professores Guarani, Genivaldo e Rolindo, continua parado. Porém a solidariedade nacional e internacional ao direito dessa comunidade indígena tem sido ampla, impedindo com que sejam submetidas novas violências e mais sofrimentos.

As inúmeras comunidades Guarani Kaiowá que continuam acampadas nas beiras das estradas, cansaram de esperar. Já fazem dois anos do término do prazo para que fossem publicados os relatórios de identificação de todas as terras indígenas desse povo. Até hoje não se tem notícia sequer da entrega dos relatórios para apreciação e encaminhamento da presidência da Funai.

A aty Guasu será o momento privilegiado para discutir e tomar decisões com relação à luta pela terra, contra a violência e pelo fim da impunidade. Mas será também a oportunidade de avaliar a caminhada organizativa das comunidades e do conjunto do povo. Nela irão socializar as importantes lutas e conquistas, como a realização do Encontro dos Povos Guarani da América do Sul, na Aldeia de Jaguaty, no Paraguai, o julgamento e condenação dos assassinos de Marcos Veron, acontecido em São Paulo no final de fevereiro.

Jatayvary – vitória contra a cana

Dentre as portarias assinadas pelo Ministro da Justiça e publicadas no Diário Oficial da União em 25 de abril de 2011, está a Terra Indígena Jatayvary, no município de Ponta Porã. Os Kaiowá retornaram a esse tekohá na década de noventa. Em 2000 a Funai fez o registro 08620.001862/2000, a partir do qual se iniciou o processo de reconhecimento dessa terra indígena. Em 2005 foi criado o Grupo de Trabalho parar identificação da área. Foram vários anos de tortuoso caminho até chegar à publicação do relatório de identificação. A reação ao reconhecimento de terra indígena, por parte dos interesses do agronegócio e da agroindústria da cana, foram tão violentos que chegou à inusitada decisão judicial de requerer todos os documentos originais do processo de identificação.

Todas as contestações à identificação foram documentalmente demonstrados pela Funai, sendo agora publicada a portaria de identificação, a partir da qual o governo se compromete à fazer a demarcação física dos aproximadamente 8.800 hectares dessa terra indígena.

Essa é uma das aldeias sitiadas pela cana. Em vários momentos a comunidade Chegaram ao extremos de afirmarem que os plantadores de cana haviam dito que iriam cercar a comunidade com cerca elétrica. A empresa multinacional BUNGE instalou, recentemente uma usina socroalcooleira na região.

Agora a comunidade pode respirar com um pouco mais de paz, enquanto prossegue o processo de regularização de sua terra.

À Sombra de um Delírio Verde

Hoje à noite estará sendo lançado oficialmente o vídeo documentário "à Sombra de um Delírio Verde", que traz para o debate a questão dos agrocombustíveis, e de maneira especial o impacto da cana sobre o meio ambiente e populações Kaiowá Guarani do Mato Grosso Sul.

Um dos responsáveis pelo documentário, o jornalista Cristiano Navarro, estará presente para o debate por ocasião do lançamento vídeo, dentro da programação da 2ª. Semana dos Povos Indígenas promovido pela OAB-MS. Na sinopse publicada no site, afirma que " Na região sul do Mato Grosso do Sul, fronteira com Paraguai, a etnia indígena com a maior população no Brasil luta silenciosamente por seu território para tentar conter o avanço de poderosos inimigos.Expulsos pelo contínuo processo de colonização, mais de 40 mil Guarani Kaiowá vivem hoje em menos de 1% de seu território original. Sobre suas terras encontram-se milhares de hectares de cana-de-açúcar plantados por multinacionais que, em acordo com governantes, apresentam o etanol para o mundo como o combustível "limpo" e ecologicamente correto.Sem terra e sem floresta, os Guarani Kaiowá convivem há anos com uma epidemia de desnutrição que atinge suas crianças. Sem alternativas de subsistência, adultos e adolescentes são explorados nos canaviais em exaustivas jornadas de trabalho. Na linha de produção do combustível limpo são constantes as autuações feitas pelo Ministério Público do Trabalho que encontram nas usinas trabalho infantil e escravo.Em meio ao delírio da febre do ouro verde (como é chamada a cana-de-açúcar), as lideranças indígenas que enfrentam o poder que se impõe muitas vezes encontram como destino a morte encomendada por fazendeiros".

O vídeo também estará sendo apresentado na Aty Guasu, em Arroyo Korá, com a presença de um dos realizadores do documentário, Cristiano Navarro.

Povo Guarani, Grande Povo
Dourados, 27 de abril de 2011.

Brasil
Mobilização dos Povos Indígenas do Mato Grosso do Sul
Egon Dionísio Heck
Assessor do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) Mato Grosso do Sul

Adital (www.adital.org.br)

sábado, 16 de abril de 2011

CHAMEM DO QUE QUISER. PARA MIM, É EXTERMÍNIO!!

S.O.S POVO GUARANI KAIOWÁ

Genocídio contra índios Guarani Kaiowá em Mato Grosso! - (ATENÇÃO - contém imagens fortes)

Massacre de Indios Guarani Kaiowá em Mato Grosso! Não feche os olhos!

Estas fotos foram tiradas por um fotógrafo que não pode se identificar pois corre risco de morte. Se trata de um genocidio que está acontecendo no Brasil, não devemos fechar os olhos para esta gente que está sofrendo todo tipo de discriminação e violencia. As crianças morrem de desnutrição e os adultos, por não vislumbrar saídas acabam se entregando à bebida ou se suicidam. A mortandade infantil é altíssima e os assassinatos também. Os medios de comunicação se negam a divulgar isto porque lá é "terra de Gilmar Mendes" (segundo as próprias palavras do fotógrafo que plasmou estas atrocidades) , uma mafia que não tem medo de assassinar quem for questionar ou até tentar ajudar esta pobre gente. O objetivo é transformar as reservas em plantação de soja e criação de gado e isso já está acontecendo!!!

Tem uma foto de um índio morto a pauladas no rosto, indios jovens que se suicidam vítimas da depressão e o alcoolismo e crianças mortas de desnutrição. As aldeias são incendiadas para forçar os índios abandonar a terra...Vejam os desenhos das crianças, em todas as imagens aparece gente sendo assassinada pois essa é a realidade destes pequenos filhos esquecidos do Brasil!


Por favor, repasse, queremos que isto chegue às mãos de alguma pessoa que possa ajudar!!!!


Segundo o fotógrafo que nos encaminhou estas fotos a única possibilidade para estos índios é a interferencia de alguma instituição de peso ESTRANGEIRA de direitos humanos pois a MAFIA que está exterminando estos índios está infiltrada em várias instancias do poder e são poucos os que tem coragem de fazer alguma coisa pois estes mafiosos ameaçam e matam mesmo!


Contato comigo:

Natalia Forcat

NaT / Estúdio de Ilustração e Soluções Visuais


http://fotolog.terra.com.br/nat_forcat:81

Fones: (11)
5594-5857 e 7167-0868 / São Paulo-Brasil

























Fonte: http://blog.forumeducacao.zip.net/

Sugerido por Luara Colpa: http://luaracolpa.blogspot.com/

Disponível em: http://profcmazucheli.blogspot.com/2011/01/genocidio-contra-indios-guarani-kaiowa.html

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O que (não) fazer no Dia do Índio! Do site da Nova Escola

Imagem: Escola de São Paulo vivencia Dia do índio com comidas típicas (Google)

 Na data em homenagem aos primeiros habitantes do Brasil, uma série de estereótipos e preconceitos costuma invadir a sala de aula. Saiba como evitá-los e confira algumas propostas de especialistas de quais conteúdos trabalhar.


Dia do índio

O Dia do Índio é comemorado em 19 de abril no Brasil para lembrar a data histórica de 1940, quando se deu o Primeiro Congresso Indigenista Interamericano. O evento quase fracassou nos dias de abertura, mas teve sucesso no dia 19, assim que as lideranças indígenas deixaram a desconfiança e o medo de lado e apareceram para discutir seus direitos, em um encontro marcante.

Por ocasião da data, é comum encontrar nas escolas comemorações com fantasias, crianças pintadas, música e atividades culturais. No entanto, especialistas questionam a maneira como algumas dessas práticas são conduzidas e afirmam que, além de reproduzir antigos preconceitos e estereótipos, não geram aprendizagem alguma. "O indígena trabalhado em sala de aula hoje é, muitas vezes, aquele indígena de 1500 e parece que ele só se mantém índio se permanecer daquele modo. É preciso mostrar que o índio é contemporâneo e tem os mesmos direitos que muitos de nós, 'brancos'", diz a coordenadora de Educação Indígena no Acre, Maria do Socorro de Oliveira.
Saiba o que fazer e o que não fazer no Dia do Índio:

1. Não use o Dia do Índio para mitificar a figura do indígena, com atividades que incluam vestir as crianças com cocares ou pintá-las.
Faça uma discussão sobre a cultura indígena usando fotos, vídeos, música e a vasta literatura de contos indígenas. "Ser índio não é estar nu ou pintado, não é algo que se veste. A cultura indígena faz parte da essência da pessoa. Não se deixa de ser índio por viver na sociedade contemporânea", explica a antropóloga Majoí Gongora, do Instituto Socioambiental.

2. Não reproduza preconceitos em sala de aula, mostrando o indígena como um ser à parte da sociedade ocidental, que anda nu pela mata e vive da caça de animais selvagens

Mostre aos alunos que os povos indígenas não vivem mais como em 1500. Hoje, muitos têm acesso à tecnologia, à universidade e a tudo o que a cidade proporciona. Nem por isso deixam de ser indígenas e de preservar a cultura e os costumes.

3. Não represente o índio com uma gravura de livro, ou um tupinambá do século 14

Sempre recorra a exemplos reais e explique qual é a etnia, a língua falada, o local e os costumes. Explique que o Brasil tem cerca de 230 povos indígenas, que falam cerca de 180 línguas. Cada etnia tem sua identidade, rituais, modo de vestir e de se organizar. Não se prenda a uma etnia. Fale, por exemplo, dos Ashinkas, que têm ligação com o império Inca; dos povos não-contatados e dos Pankararu, que vivem na Zona Sul de São Paulo.

4. Não faça do 19 de abril o único dia do índio na escola

A Lei 11.645/08 inclui a cultura indígena no currículo escolar brasileiro. Por que não incluir no planejamento de História, de Língua Portuguesa e de Geografia discussões e atividades sobre a cultura indígena, ao longo do ano todo? Procure material de referência e elabore aulas que proponham uma discussão sobre cultura indígena ou sobre elementos que a emprestou à nossa vida, seja na língua, na alimentação, na arte ou na medicina.

5. Não tente reproduzir as casas e aldeias de maneira simplificada, com maquetes de ocas

"Oca" é uma palavra tupi, que não se aplica a outros povos. O formato de cada habitação varia de acordo com a etnia e diz respeito ao seu modo de organização social. Prefira mostrar fotos ou vídeos.

6. Não utilize a figura do índio só para discussões sobre como o homem branco influencia suas vidas

Debata sobre o que podemos aprender com esses povos. Em relação à sustentabilidade, por exemplo, como poderíamos aprender a nos sentir parte da terra e a cuidar melhor dela, tal como fazem e valorizam as sociedades indígenas?

domingo, 3 de abril de 2011

SERES HUMANOS AMEAÇADOS DE EXTINÇÃO EM PLENO SÉCULO XXI


AVÁ-CANOEIRO

 
    Onde estão: Goiás, Minas Gerais, Tocantins

    Quantos são: 16 (Funasa, 2006)

    Língua: Tupi-Guarani
Somente a partir da década de 1970 parte dos Avá-Canoeiro passaram a ter contato permanente com a sociedade envolvente. Alguns grupos, porém, continuam isolados. O quadro atual desse povo é bastante crítico, devido ao pequeno número de pessoas e à precariedade das condições de vida a que estão sujeitas. Sua capacidade de adaptação tem sido sua maior arma na sobrevivência, já que, desde o início do século XIX, a ocupação de seu território tradicional por fazendas, garimpos, vilas e cidades obrigaram os Avá-Canoeiro a deslocamentos contínuos por diversos ecossistemas e contextos.

Modo de vida e uso dos recursos naturais

Diferente do que se poderia supor, o regime de intenso nomadismo é uma contingência histórica que atingiu os grupos Avá-Canoeiro em épocas diversas e com resultados também diferentes. Nada indica que seja um grupo com uma cultura plenamente adaptada a esse regime. Ao contrário, tudo leva a crer que se trate de um grupo com formas de subsistência - como agricultura combinada com caça, coleta e abates de caça - que indicam um nomadismo sazonal, muito distante do regime de contínuos deslocamentos a que vem sendo forçados nos últimos cem anos.
Os grupos do alto Tocantins, obrigados a deslocamentos há pelo menos quatro décadas, suspendem a prática de atividades como agricultura e cerâmica, reiniciando-as quando se lhe oferecem condições. Já os descendentes dos grupos que saíram em direção ao Araguaia por volta de 1840-60 não cultivam nenhuma espécie vegetal, vivendo exclusivamente de caça, coleta e da pilhagem das roças e rebanhos regionais. Atividades não compatíveis com a vida nômade foram esquecidas.


terça-feira, 29 de março de 2011

ESCOLA MUNICIPAL DO INTERIOR DE PERNAMBUCO FOGE DO FOLCLORISMO ACERCA DO ÍNDIO



ESCOLA MUNICIPAL JOHN KENNEDY EM GRAVATÁ, TRABALHA CULTURA INDÍGENA NO MÊS DE MAIO, COMO FORMA DE FUGIR DO FOLCLORISMO DO DIA 19 DE ABRIL

 Desde o ano de 2009, a escola iniciou a abordagem e estudos acerca da Cultura Indígena, procurando desmistificar o índio brasileiro, e fugir dos esteriótipos e preconceitos propagados pela própria educação ao longo dos anos.
A primeira constatação foi de que, entre os educadores, ainda há muita falta de conhecimento, de fato, além de muito preconceito e, não por culpa deles, mas pela falta de esclarecimento e informações adequadas.
De posse deste disgnóstico, a Profª Sunamita Oliveira, que atua na escola ministrando aulas para uma turma de 4ª série, e é estudante de História pela UFRPE, procurou apoio da direção da escola para implementar um projeto sobre a aplicação da Lei 11.645/08, que tornou o ensino sobre cultura indígena e afro, obrigatórios no país.
Após a exibição de alguns vídeos selecionados pela professora e pesquisa em diversas fontes, três turmas puderam realizar sua primeira visita a uma aldeia indígena, do Povo Xukuru do Ororubá, no município de Pesqueira-PE.

O aluno Victor Delfino recebendo orientação do Professor de artes, Mocotó, para confeccionar barretina

A atividade foi tão envolvente que até a secretária de educação da época participou da aula de campo. Os alunos foram recepcionados pelo Cacique Marcos Xukuru, e puderam tirar dúvidas e elaborar suas próprias conclusões.
Perguntaram de tudo, lembra a professora. - Vocês já moraram em ocas? - o que vocês comem? - vocês sabem ler e escrever? - é verdade que os índios são muito bravos?( no sentido de zangados, raivosos), etc. etc... Foi uma experiência inesquecível e enriquecedora!!

As alunas Jamyle e Marllen com o Cacique Marcos Xukuru

As visitas a aldeia do povo Xukuru se repetiu em 2010 e agora em 2011,acontecerá provavelmente em junho, durante a celebração do Caô. Esperarmos para compartilhar mais esta rica experiência!!!

sábado, 5 de março de 2011

Uma faculdade brasileira só para indígenas‏

 
 Imagem: Google
 
Cartola - Agência de Conteúdo
Especial para o Terra

Marcondes Nambla, 30 anos, morava até o ano passado em Curitiba (PR), para onde havia partido para estudar Ciências Sociais dois anos antes. Como muitos estudantes pelo País, deixou a sua família e amigos para mudar de cidade e conseguir uma melhor qualificação profissional.

Nambla poderia ser um típico universitário, mas ele é um cacique. Do povo Xokléng, de Santa Catarina, o índio conta que deixar a aldeia não foi fácil. "De repente você está em uma capital e não conhece ninguém, não tem amigo nenhum, é todo mundo competindo. Acaba se sentindo muito sozinho", recorda.

Porém, desde 2011, Nambla vive uma realidade bem diferente. Ele faz parte da primeira turma de Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), cujas aulas começaram em fevereiro. "Aqui é muito diferente, ficamos próximos. Só da minha terra indígena vieram 40 pessoas", afirma o professor que ensiou o idioma xokléng para a sua tribo de 2000 a 2008. "A nossa língua estava se perdendo, na década de 90 apenas 30% do grupo Xokléng era bilíngue", lamenta. Agora, frequentando o curso da UFSC, Nambla vai ter muito mais subsídios para ensinar a sua aldeia sobre a língua e a cultura indígena.

Assim como o cacique, outros 119 índios estão frequentando a primeira faculdade para professores indígenas das regiões Sul e Sudeste do País. Além dos Xokléng, participam das atividades alunos Guaranis e Kaingang, vindos dos Estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo e São Paulo. Assim como qualquer aluno de ensino superior, os índios tinham Ensino Médio completo e prestaram vestibular para conseguir a vaga.

O curso dura quatro anos e é totalmente presencial, porém, como a maioria já dá aulas em suas aldeias, era inviável que permanecessem todo esse tempo em Florianópolis. Assim, as disciplinas são ministradas por etapas intensivas, que duram algumas semanas, com aulas de manhã e de tarde e com atividades acadêmico-científico-culturais. A primeira parte, por exemplo, está ocorrendo em fevereiro, e a segunda será em maio. Assim, os estudantes podem voltar para as suas tribos com alguma frequência, e o custeio da hospedagem e das passagens fica por conta de entidades como o MEC e a Funai.

O objetivo do curso é solidificar o ensino que é feito nas aldeias. Os universitários terão, ao longo da faculdade, disciplinas como laboratório de línguas indígenas, tecnologia de informação e comunicação para população indígena, língua portuguesa, história pré e pós-colonial, mitologia indígena, entre outras. Até o quinto semestre, as turmas são separadas de acordo com a etnia dos alunos, aprendendo conteúdos específicos sobre a sua cultura. Depois os acadêmicos são separados de acordo com a terminalidade que escolherem. Há quatro opções, como Licenciatura das Linguagens, com ênfase em línguas indígenas; Licenciatura das Linguagens, com ênfase no ensino fundamental; Licenciatura do Conhecimento Ambiental e Licenciatura em Humanidades, que trata dos direitos dos índios.

Para Maria Dorothea Darella, que faz parte da equipe de coordenação do curso, a iniciativa é uma troca de conhecimentos, porque não são só os índios que saem ganhando com as aulas. "É um aprofundamento de saberes. A universidade também ganha porque justamente aqui vamos conseguir entender melhor a diversidade sócio-linguística-econômica do Brasil", explica. "Somos um País pluriétnico, então os nossos alunos (os não-índios) também vão aprender sobre essa pluralidade", diz a antropóloga sobre as atividades de integração que pretendem fazer na instituição entre os estudantes indígenas e os outros

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